segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Saudade sim! Saudosismo não!



"Deus é minha testemunha de como tenho saudade de todos vocês, com a profunda afeição de Cristo Jesus." Filipenses 1:8
Saudade é uma palavra conhecida somente nas línguas galego e português, sendo assim, não existe em nenhuma outra língua uma palavra que traga o mesmo sentido. Saudade descreve a mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor. Sentimos saudades de pessoas, situações, objetos, momentos etc. Sentir saudade é salutar, ser saudosista não! Com a saudade olhamos para o passado, mas não deixamos de vivenciar o presente e prosseguimos para o futuro. Já o saudosismo faz com que queiramos viver apenas do passado. Ficamos ancorados em algum ponto de nossa história que achamos que foi tão bom que não queremos mais sair dele. Pensamos que somente naquele instante da nossa vida que fomos felizes. O saudosista torna-se tradicionalista. Outrora, aquele que sente saudade é apreciador tanto do passado quanto do presente e tem grandes expectativas quanto ao futuro.O saudosista faz com que tudo o que é novo perca o seu valor intrínseco. O saudosismo é um grande perigo na vida da igreja, contudo a saudade tem o seu lugar. Paulo fala que tinha saudade dos crentes de Filipos, gente que participou do seu ministério, orando, chorando e investindo financeiramente nele para a propagação do evangelho. Eis a razão deles tornarem alvos das orações incessantes do apóstolo. Em outras palavras, Paulo estava dizendo que àqueles crentes tinham um lugar especial em seu coração. Paulo rasga o seu coração numa demonstração de profundo amor por aquelas pessoas. Hoje, talvez devido a influência dos países nórdicos da Europa qualquer expressão de calor e emoção íntima é suspeita para nós. Consideramos tudo isso no mínimo irrelevante e não-inerente ao objeto da existência cristã. Constantemente asseveramos que o amor cristão não tem nada a ver com “sentimento”. Faço uma pergunta, será que existe “amor” verdadeiro sem qualquer sentimento forte e profundo pelo outro? Será o amor “cristão” tão sobrenatural que ele simultaneamente se torne não-natural? Paulo não pensa assim! “Minha testemunha é Deus, da saudade que tenho de todos vós, com a afeição do Cristo.”. Paulo tem saudade dos filipenses, e não se envergonha dessa saudade, e tampouco deixa de demonstrá-la e coloca o próprio Deus como sua testemunha para testificar a veracidade do seu sentimento. Hoje, queremos assim como o apóstolo Paulo demonstrar a saudade de todos aqueles que fizeram parte da história da 8ª IPJF, desde os primórdios, a igreja embrionária na casa dos nossos irmãos Aldo e Nice e da Dona Teresinha, os salões das Ruas Guararapes e Lima Duarte, até chegarmos aqui, na Rua Henrique Dias. Muitos contribuíram para que esta igreja chegasse até aqui, por isso, a nossa gratidão e a nossa saudade de pessoas que construíram para o desenvolvimento desta igreja com lágrimas e alegrias debaixo da graça de Deus. A saudade é o nosso desejo de vê-los mais uma vez, e juntos celebramos ao Senhor Jesus que morreu numa cruz por todos nós e que usou a sua vida para construir esta igreja.


Rev. Régis da Silva

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